Portugal vence particular com a Geórgia

Portugal teve, esta sábado, em Viseu, um teste globalmente positivo, batendo a paupérrima Geórgia, por 2-0, com golos de João Moutinho e Simão Sabrosa.
O derradeiro acto do estágio de preparação para o Euro 2008 não teve momentos de brilho intenso, mas houve boa organização na equipa de Luiz Felipe Scolari, sobretudo na primeira parte. E ainda não se viu o Cristiano Ronaldo que todos esperam... Mas o modelo está escolhido e, aparentemente, resulta.
A Geórgia está longe de ser um adversário forte, mas era o ideal para testar a afinação da selecção portuguesa, que entrará no Europeu com a responsabilidade de ter sido finalista na edição de 2004 e semi-finalista no Mundial 2006.
Enquanto o baralho das substituições não quebrou o entrosamento, o jogo das quinas foi agradável. A intensidade andou longe do ideal, o que é normal, uma vez que a comitiva parte hoje para a Suíça com ideias muito claras - vencer o primeiro jogo da fase de grupos, ante a Turquia, no próximo sábado. Não faltaram sinais positivos.
Scolari organizou a equipa em 4x3x3, com se previa. Deu para ver que houve, durante as duas semanas, muito trabalho ao nível das bolas paradas e da movimentação ofensiva, e que o seleccionador escolheu Simão Sabrosa para marcar as grandes penalidades, retirando essa pressão dos ombros de Ronaldo. O sete fez o público vibrar - de Madrid vieram pelo menos quatro eufóricos adeptos, com um cartaz a pedir o seu ingresso no Real - só que não teve lances de génio. Jogou sem forçar. Mesmo assim, atirou à barra de livre, com o ressalto de Ricardo Carvalho a ter o mesmo destino.
Bem mais feliz esteve Bosingwa. O lateral-direito está num momento de forma arrasador.
Deco mostrou cabeça limpa a marcar os andamentos da equipa, enquanto Petit provou estar em boas condições físicas.
Três bons sinais para a selecção e todos do meio-campo para a frente. Atrás, não deu para ver, uma vez que a Geórgia, 81.ª selecção do ranking mundial, não mete medo a ninguém. Como mostrara no treino de anteontem, Felipão escolheu Moutinho, deixando Meireles no banco.
O médio dos leões justificou a aposta, ao abrir o marcador, com um óptimo golo, o seu primeiro ao serviço da selecção, de fora da área. Foi preciso muita paciência para desamarrar o nó georgiano.
E Portugal teve-a, circulando bem a bola, embora sem correspondência na área, onde Nuno Gomes foi pouco mais do que um figurante. Na segunda parte, com tantas substituições, a produção caiu.
Então, encantaram Ricardo Quaresma e Nani. O extremo portista atirou à barra e mostrou querer discutir o lugar de Simão Sabrosa, visto Ronaldo, no outro flanco, ser intocável.
A aproximação ao final da partida foi penosa. Quim teve mesmo de se aplicar, para fazer uma excelente defesa, perante um adversário que se apresentava isolado.
Mas não há dúvidas que Felipão apostará em Ricardo e em todos os outros que começaram o desafio... É que se a grande dúvida do seleccionador está entre Moutinho e Meireles, o jovem do Sporting aproveitou muito bem a oportunidade.

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