Portugal 2 - 2 Polónia
Está escrito que nada será simples na campanha lusa de qualificação para o Euro-2008. Depois do tropeção arménio, o empate cedido com a Polónia (2-2), na Luz, nada hipoteca de irremediável, mas limita ainda mais a margem de erro no «plano-Scolari» de contabilidade rumo aos Alpes. Mesmo que, com o empate entre Sérvia e Finlândia, tudo continue como dantes, e que o equilíbrio de forças no grupo se mantenha, ainda com boas perspectivas de apuramento no final da corrida, o constante desperdiçar de situações de vantagem vai complicando a aritmética. Mais grave do que isso: vai minando a autoconfiança da equipa, um traço vincado da sua personalidade nos últimos três anos.
O público da Luz, decorado com um impressionante contingente de adeptos polacos assistiu a um início crispado e tenso de uma equipa com defesa remodelada e um triângulo de meio-campo pouco rotinado. Perante uma Polónia pouco elástica, mas segura do seu papel em campo, a madrugadora lesão de Caneira acentuou os sinais de preocupação, que se traduziram em 25 minutos de quase total ineficácia. E Caneira ainda teve de brilhar antes de sair, quando já a coxear «abafou», num carrinho tremendo, um remate de Krzynowek, sozinho na marca de «penalty» (10 m).
Era um aviso. Portugal não acertava os ritmos, exibindo um bloco pouco coeso, com demasiado espaço entre os sectores e algumas falhas de comunicação. Só quando Deco e Maniche acertaram posições com Petit, permitindo ao luso-brasileiro pegar no jogo, se começaram a ver os caminhos para a baliza de Boruc. Aos 26 minutos, Deco descobriu a diagonal de Nuno Gomes e deixou-o na cara do guarda-redes polaco, que conseguiu fazer a mancha. Um minuto depois, Ronaldo, marcado ao milímetro, quase partiu a trave do topo Norte, num livre directo de trajectória oscilante. Portugal embalava para um quarto de hora dominador mas nem tudo estava firme: alguns erros posicionais, como o que permitiu a Smolarek aparecer sozinho na cara de Ricardo (34 m) deixavam claro que o jogo não estava no bolso. E quando, em cima do intervalo, Lewandowski fez a recarga a uma defesa de Ricardo que a defesa lusa demorou uma eternidade a cobrir, a Luz gelou: Portugal via-se com uma montanha para escalar na segunda parte, diante de um adversário incomparavelmente menos dotado mas, pelo menos neste jogo, incomparavelmente mais compacto.
A reentrada em cena foi bonita de ver: no primeiro lance, Cristiano Ronaldo inventou uma dupla oportunidade na esquerda, anunciando o golo de Maniche quatro minutos depois. O médio português com melhor chegada à área, até aí em noite discreta, concluiu uma combinação fabulosa entre Ronaldo e Deco, que Nuno Gomes prolongou até ser derrubado por Boruc. Um minuto depois, Maniche passou a milímetros da glória, com um tiraço que rasou o poste direito de Boruc e vincava a ideia de que o segundo golo seria uma questão de tempo.
Mas era impossível manter a intensidade daqueles 15 minutos: aos poucos a consistência perdia-se, apesar dos esforços e lucidez de um Deco das grandes noites. Scolari recorreu então ao banco, lançando Quaresma e passando Ronaldo para o meio. E só precisou de quatro minutos para ganhar a aposta: aos 73 minutos o extremo portista partiu tudo na direita, cruzou para a cabeça de Simão, que hesitou no remate, ao contrário de Ronaldo, que com um momento de magia, rematou de forma acrobática, batendo Boruc.
Seria um bonito final para uma história feliz. Mas esta não era uma noite assim. Apesar dos espaços para contra-atacar, Portugal pagou a factura de um jogo de grande intensidade física e a falta de um terceiro golo deixou a equipa à mercê de um golpe de azar, que chegou a três minutos do fim, quando o remate de Krzynowek fez uma partida de «flippers» no poste e nas costas de Ricardo. Já não havia ânimo nem tempo para escalar novamente a montanha: os polacos festejavam a fuga ao «KO» e Portugal voltava para os balneários, de calculadora na mão, a fazer contas ao tempo perdido. Neste jogo, mas não só.
O público da Luz, decorado com um impressionante contingente de adeptos polacos assistiu a um início crispado e tenso de uma equipa com defesa remodelada e um triângulo de meio-campo pouco rotinado. Perante uma Polónia pouco elástica, mas segura do seu papel em campo, a madrugadora lesão de Caneira acentuou os sinais de preocupação, que se traduziram em 25 minutos de quase total ineficácia. E Caneira ainda teve de brilhar antes de sair, quando já a coxear «abafou», num carrinho tremendo, um remate de Krzynowek, sozinho na marca de «penalty» (10 m).
Era um aviso. Portugal não acertava os ritmos, exibindo um bloco pouco coeso, com demasiado espaço entre os sectores e algumas falhas de comunicação. Só quando Deco e Maniche acertaram posições com Petit, permitindo ao luso-brasileiro pegar no jogo, se começaram a ver os caminhos para a baliza de Boruc. Aos 26 minutos, Deco descobriu a diagonal de Nuno Gomes e deixou-o na cara do guarda-redes polaco, que conseguiu fazer a mancha. Um minuto depois, Ronaldo, marcado ao milímetro, quase partiu a trave do topo Norte, num livre directo de trajectória oscilante. Portugal embalava para um quarto de hora dominador mas nem tudo estava firme: alguns erros posicionais, como o que permitiu a Smolarek aparecer sozinho na cara de Ricardo (34 m) deixavam claro que o jogo não estava no bolso. E quando, em cima do intervalo, Lewandowski fez a recarga a uma defesa de Ricardo que a defesa lusa demorou uma eternidade a cobrir, a Luz gelou: Portugal via-se com uma montanha para escalar na segunda parte, diante de um adversário incomparavelmente menos dotado mas, pelo menos neste jogo, incomparavelmente mais compacto.
A reentrada em cena foi bonita de ver: no primeiro lance, Cristiano Ronaldo inventou uma dupla oportunidade na esquerda, anunciando o golo de Maniche quatro minutos depois. O médio português com melhor chegada à área, até aí em noite discreta, concluiu uma combinação fabulosa entre Ronaldo e Deco, que Nuno Gomes prolongou até ser derrubado por Boruc. Um minuto depois, Maniche passou a milímetros da glória, com um tiraço que rasou o poste direito de Boruc e vincava a ideia de que o segundo golo seria uma questão de tempo.
Mas era impossível manter a intensidade daqueles 15 minutos: aos poucos a consistência perdia-se, apesar dos esforços e lucidez de um Deco das grandes noites. Scolari recorreu então ao banco, lançando Quaresma e passando Ronaldo para o meio. E só precisou de quatro minutos para ganhar a aposta: aos 73 minutos o extremo portista partiu tudo na direita, cruzou para a cabeça de Simão, que hesitou no remate, ao contrário de Ronaldo, que com um momento de magia, rematou de forma acrobática, batendo Boruc.
Seria um bonito final para uma história feliz. Mas esta não era uma noite assim. Apesar dos espaços para contra-atacar, Portugal pagou a factura de um jogo de grande intensidade física e a falta de um terceiro golo deixou a equipa à mercê de um golpe de azar, que chegou a três minutos do fim, quando o remate de Krzynowek fez uma partida de «flippers» no poste e nas costas de Ricardo. Já não havia ânimo nem tempo para escalar novamente a montanha: os polacos festejavam a fuga ao «KO» e Portugal voltava para os balneários, de calculadora na mão, a fazer contas ao tempo perdido. Neste jogo, mas não só.
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